domingo, 9 de maio de 2010

Ô fato infeliz do caramba!

Hoje estou cansada. Muito cansada. Sou a única pessoa viva nesse lugar. As pessoas parecem fantasmas, ou apenas manchas coloridas. Ou será que sou eu quem está morta? Eu, uma bolsa verde oliva, um fone de ouvidos, um computador, e alguns objetos em volta da mesa. E é claro, música. Deveria eu estar aqui? Deveria? Se não, então, onde deveria estar?

Debaixo de uma árvore, num tempo limpo e fresco, onde o anil do céu e o branco macio das nuvens cobrem todo meu corpo enquanto eu escrevo em papéis amarelados com tinta de caneta preta. Escrevo, escrevo, escrevo...até que me levanto e me despreguiço toda, num alongamento demorado. Olha pro lado, e lá está ele; esticado, olhos fechados...numa paz sem igual. Chego perto, e beijo seu rosto macio. Aperto meu lábios, passo minha língua por eles, e sinto o gosto salgado de suor humano e o puro sabor dele: canela e eucalipto. Deixe-o lá por uns instantes, e debruço-me perto do pequeno lago. Passo meus dedos na água límpida; consigo ver todos os seus peixinhos: uns pequenos, outros grandalhões, alguns dourados, alguns verdinhos como musgo. Vejo até alguns cor de pedra. Já viu peixes assim? Eu já. Quase o levei para casa, mas tive de deixá-lo lá. Devolvi ao mar aquele bichinho tão bonito e assustado. Chorei depois disso. Mas, eu era pequena demais.

Depois de molhar minhas mãos, refresco-me molhando meus pés. Olho para trás; ele ainda continua lá...mas agora, está lendo as coisas que escrevi. E sorri. Volto-me para água cristalina. Penso que não há lugar mais lindo, mais calmo que eu desejo estar. O tempo muda; agora o anil se converte em pequenas faixas alaranjadas, e sol está indo embora. Com isso, o frio invade, e nós dois vamos embora pra casa.

Um lugar pequeno, feita de madeira, não sei..como uma cabana ou até mesmo um chalé. Gostaria que fosse um pequeno cogumelo, como nesses em que a gente vê em desenhos de fadas e gnomos. Seres encantados. Afinal, éramos seres encantados. Puro encanto! Entraremos, e faremos o que? Amor? Não. Comeremos uma comida bem gostosa, uma sobremesa saborosa (torta alemã, depois, um chocolate quente, alguns morangos à base de chocolate derretido), depois cantaremos um pouco, e logo iremos dormir. Ele me contará uma história, enquanto eu adormeço em seu peito, com seus dedos afagando meus cabelos. E só! Eu ficaria tranqüila, e feliz. Isso bastaria para me alegrar...eu dormiria naquele peito quentinho e...ACORDA DAMARIS! VÁ FAZER SEU PRÉ PROJETO! JÁ!

4 comentários:

  1. - hohoohohohohohohohohohohohoho .!
    Fim trágico!

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  2. o fim é verdadeiro é igual a tudo na vida quando está tudo dando certo...vem algo para atrapalhar e caba com o sonho...só derrota!
    muito interessante essa historia
    triste e ao mesmo tempo feliz.
    Damaris tem uma facilidade pra escrever bem.

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  3. aaaaaaaah!! que lindo.. imaginei tudo isso, e desejei fazer parte de uma história tão meiga e própria.

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  4. Hehe, o final mais comum dos sonhos das pessoas. Amaldiçoamos esse fim quando o sonho é bom, e agradeçemos esse fim quando é pesadelo.
    Gostei dos seus textos, você escreve muito bem !!
    Vou seguir seu blog.
    Beijos !!!

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