sexta-feira, 20 de setembro de 2013

O menino dos pés descalços.




Era uma vez uma garotinha chamada Maria. Ela morava com sua avó, numa pequena casa no meio do nada. Todos os dias, Mariazinha fazia suas tarefas de casa, ajudava a avó, e se arrumava para ir à escola. Era longe, e aquela estrada de terra dava-lhe um ar abafado; era verão.
Ela andava com passos largos, nunca se atrasou. Parava e sentava perto de um pequeno tronco, e esperava o ônibus da escola chegar. Fazia isso todos os dias.
Um dia, enquanto caminhava em direção ao tronco, Mariazinha deu-se de cara com um menino estranho; estava sujo, com os pés descalços, e sentando no lugar dela. Mariazinha não se importou, e ficou em pé, esperando o ônibus, ao lado do menino. Ficou calada, mas estava curiosa, porque não o conhecia. Olhou-o pelo canto dos olhos, e viu que o menino tinha os cabelos castanhos e olhos azuis. O ônibus chegou, e Mariazinha entrou. O menino ficou.
Noutro dia, Mariazinha o encontrou novamente. E noutro dia também. Foi assim a semana toda. Até que um dia, Mariazinha tomou coragem e falou com o menino. Perguntou seu nome, e onde morava, e o garoto nada respondeu. Levantou-se do tronco, olhou-a firmemente, e com lágrimas nos olhos translúcidos, disse:
- Eu fiquei todos esses dias esperando você falar comigo, e você não disse nada. Agora, eu tenho que ir embora, pois meu tempo acabou. Mas, te ver novamente e durante esse tempo foi a melhor coisa da minha vida! Eu espero que nunca me esqueça.
E sumiu. Mariazinha sentiu-se culpada. Chorou então, por dias e dias, até que sonhou com o garoto.
- Não chore - dizia ele no sonho - Foi bom te ter por perto por pelo menos alguns minutos do dia. Eu estou feliz.
Mariazinha acordou e seu coração finalmente ficou em paz. Mas, nunca mais se esqueceu do menino dos pés descalços.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Jesus...

Eu quero deitar em Seu colo. Sentir Seu cheiro, ouvir a Tua voz suave falando no meu ouvido.
Eu quero lhe contar os meus sonhos, mesmo sabendo que já sabe todos.
Quero sentir Suas mãos me fazendo cócegas, e quero rir junto Contigo.
Quero recostar minha cabeça no Seu peito, e sentir toda paz que Você exala.
Quero chorar e te contar todas minhas dores, e lhe fazer um pedido: "Senhor, cura-me? Salva-me? Traga-me de volta a vida!"
E, eu sei que só de olhar Teus olhos, isso tudo passaria...

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Quatro meses que ele se foi. Nenhum navio o trará de volta.
Nada.
"My lover's gone, his boots no longer by my door.
He left at dawn, and as I slept I felt him go.
Returns no more...
I will not watch the ocean.
My lover's gone, no earthly ships will ever bring him home again..."



http://www.youtube.com/watch?v=iv2_4ToDZAI

Paz.

Minhas mãos estão vazias. Eu sonho, e nele estou correndo, feliz, vestida de branco e um sorriso no rosto, e ele atrás, vindo em minha direção. E aí, quando ele pega em minhas mãos, sinto a paz invadir meu corpo e passear por ele, e é tão bom. Sorrio e digo o nome dele; isso é maravilhoso, porque seu nome é como mel em minha boca. E corremos juntos, como duas crianças a brincar, rindo do mundo.

domingo, 2 de junho de 2013

Hoje...

me peguei pensando que era mentira. Incabível, algo tão terrível! Eu não esperava por isso. Não contava com algo tão arrasador, dilacerante...no fim, só restam palavras soltas, e lembranças. Boas, que por sinal, me machucam mais ainda.
Queria que tudo fosse ruim. Queria que você fosse mau. Cruel, vil, arrogante. Mas, não...Você era bom. Gentil, doce...meu protetor. Você me disse nas entrelinhas "I walk beside you". Não foi mesmo?
Que saudades, querido. Que saudades!
http://www.youtube.com/watch?v=S42r7EQ0lmw&list=PLY6bQ-cPaNd-czBfszajg25ZfDxRlyl-Z

domingo, 31 de março de 2013

Mar Maior -Luar na Lubre.

Saiu há pouco tempo o novo álbum do grupo galego Luar na Lubre: Mar Maior. Agora, com a nova vocalista Paula Rey. O álbum está muito bom, recheado de músicas maravilhosas, e o tom lírico que a Paula dá é sensacional. É diferente das outras vocalistas, como Rosa Cedrón, Sara Vidal [que é a minha preferida], mas eu particularmente gostei muito. Quem puder e quiser conferir, segue os links abaixo de algumas músicas do álbum. Enfim, deliciem-se!


quinta-feira, 28 de março de 2013

Love Suicide.

Caminhei lentamente pelas ruas hoje cedo. Estava com o coração pesado, a cabeça doendo...Fuçando meu mp4, encontrei uma de minhas músicas preferidas. Letra pesada, envolvente, intrigante. Letra que me comove, melodia que me absorve totalmente, onde quer que eu esteja. Quando dei por mim, estava parada no ponto de ônibus, com o pensamento vazio, e o olhar vago na poça de lama da calçada. Fiquei assim, e os ônibus paravam, e pessoas desciam, e outras subiam. Meu ônibus demora para chegar...
Uma mulher negra desceu de um ônibus. Ela tinha uma sobrancelha grande e muito negra. Acho que era de henna. Cabelos presos. Lembrou-me a Billie Holiday, de alguma forma...Uma sucessão de cheiros e cores iam e vinham, e misturavam-se com a batida lenta de jazz em meus ouvidos. Cada cheiro doce, ou amadeirado que passava, fundia-se com as notas musicais de "Love Suicide". Um homem passou por mim, e deixou um rastro de um aroma com toque de musk, que me lembrou meu saudoso pai.
Sapatos dourados, pretos, roxos, mochilas, casacos, bolsas, cheiro de shampoo, sabonete, tudo misturado com perfume, suor e "Love Suicide". Cabelos loiros, negros, castanhos, e até algumas mechas roxas...vans e ônibus. Trabalhadores e estudantes, levantando cedo para labuta. Para "selva" da vida. Misturados com "Love Suicide". Peguei-me balbuciando a letra dentro de mim: "I want to be dead, when I'm in bed..." Levantei o rosto, olhei para o céu cinzento. Estalei o pescoço. A noite foi cansativa, não por eu estar numa cadeira de hospital, e sim por meus pensamentos estarem em outros lugares, que eram a mesma coisa. Passei boa parte naquele banheiro de pequenos azulejos brancos. Estavam um pouco sujos. Uma lixeira, o vaso, uma pia de mármore relativamente grande, e um espelho. Havia algo no box que parecia ser pingos de sangue, mas na verdade, era apenas partes do piso quebrado. Meu amigo dormia, enquanto eu estava no banheiro, me encarando, chamando nomes que eu não deveria chamar. Que eu deveria esquecer. Para o meu próprio bem...
Enquanto permaneci com o pescoço esticado, fixei os olhos nas nuvens cinzas. Refleti sobre elas...antes da minha primeira perda, eu adorava tempo nublado. Nuvens carregadas de tom cinza nunca foram problema para mim. Mas, no dia da minha primeira perda, eu percebi. Eu realizei. "Está chovendo..." E choveu mais um pouco, e depois, só restou o cinza. E assim, se sucedeu nas outras perdas. Não é um motivo de explicação científica. Não tem nada ver com vapor, ou calor excessivo. Tem a ver com o sentimento. Uma perda, e um coração moído de dor, e depois, completamente vazio.
Meu ônibus chegara, e um senhor com mochila nas costas, e blusa preta cedeu-me a passagem. Outrora, eu exclamaria; "Uau! Que cavalheiro!", porém, apenas agradeci, mas com a boca fechada. Estava surda e muda naquela hora. Mas, acho que ele entendeu, por eu gesticular com a cabeça, e passar por ele, pagar minha passagem, e sentar no meu lugar. Novamente, balbuciei a letra da música, que para mim, era o ápice; "Alone, but sane. I am a love suicide." E, recostei a cabeça no banco, esperando chegar em casa, para finalmente tirar os sapatos, a roupa, tomar meus remédios, comer alguma coisa (ainda que sem vontade) e tentar dormir. Misturada com "Love Suicide".


http://www.youtube.com/watch?v=PSkxhDaPoBM
 
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