domingo, 14 de outubro de 2012

O palhaço.

Ela esboçava um sorriso branco, enquanto estava com as pernas entrelaçadas nos ombros dele, e as mãos apoiada naquela textura fina e oleosa que era o cabelo dele. Estavam numa feirinha, onde coisas coloridas reluziam para ela. Ela quis tanto um Mickey, mas ele não tinha dinheiro para comprar. Ficou triste. Então, ele disse: "Posso lhe dar isso!" E apontou para um pequeno palhaço com uma roupa listrada acetinada, e cabelos azuis. Ela olhou pro palhacinho e o amou tanto que dormia abraçada com ele.
Passou o tempo, e o palhaço ficou em algum lugar que ela não recordava mais. Um dia, quando as pernas dela já estavam alongadas, ela abriu o guarda-roupa de sua mãe e o fuçando-o encontrou lá, o seu velho amigo. A alegria foi tanta, que dormiu com ele, depois de anos e anos sem vê-lo. No outro dia, não encontrou mais. Sua mãe o jogou no lixo, porque estava "velho". Hoje, a menina sente falta do palhaço. Com quem ela vai brincar e dormir? E quem mais vai fazê-la se lembrar daquele dia tão especial em que ela esteve passeando com ele, sob cores reluzentes?

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

O gênio que queria voar.

Era uma vez um gênio que queria voar. Ele não possuía asas, nem tinha poder para criá-las. Frustrado, passou anos à fio, tentando encontrar a solução do seu caso. Oras, pois! Ele tinha um único sonho, e acha digno realizá-lo. Porém você sabe, gênios são problemáticos. Orgulhosos demais, misteriosos demais, e isso não coopera.
Sinceramente, eu passaria a vida toda infeliz, se eu não conseguisse realizar o maior dos meus projetos. Então, caro leitor, entenda que o objetivo dele era somente um: voar.
Subiu o mais alto prédio que conhecia e voou. Voou por frações de segundos, mas para ele foram minutos, horas, dias...uma eternidade! E posou no chão.
Luzes vermelhas piscavam ao redor dele, enquanto um precioso líquido saía de si. Ele não entendia. Ele não entendeu. As pessoas que passavam ali não entenderam, e assim, seguiu-se a vida.
Hoje o gênio mora debaixo da cidade. E vive a dormir. Não sonha mais. Não quer. Chega! Sonhar às vezes dói demais. E dorme tranquilamente. Sem sentir mais o peso que é a vida.

                                    FIM.
 
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